ENGENHARIA ELÉTRICA

Crise de energia gera novas perspectivas

A crise do sistema elétrico e o temor dos apagões deram um novo alento a um setor da engenharia que, até pouco tempo atrás, parecia sem muitas perspectivas de crescimento. A necessidade de buscar maneiras de evitar o colapso energético valorizou o trabalho do engenheiro elétrico. O coordenador da Engenharia Elétrica da UFF, Josef Perecmanis, lembra, porém, que os efeitos só começam a ser sentidos no curso depois de cinco anos, quando as mudanças já foram absorvidas completamente pela sociedade. Mas o reflexo imediato aparece na procura pela carreira: "Com a crise elétrica, a relação candidato/vaga do curso cresceu muito".

A Engenharia Elétrica está em evidência, embora o coordenador reconheça que não há engenheiros eletricistas para atender a demanda. "O curso é difícil porque exige que você pense. É uma graduação que abre muito a cabeça. O aluno acaba desenvolvendo uma capacidade grande de se articular e resolver problemas. Hoje em dia, você não precisa de um profissional ultra-especializado num assunto. O fundamental é formar engenheiros completos e versáteis, capazes de resolver qualquer problema. Numa empresa, o chefe não vai analisar as tarefas específicas do seu engenheiro. Ele vai jogar um monte de situações à espera de solução. E conforme forem sendo resolvidas, mais problemas lhe serão entregues. Disso eu posso falar bem, pois já fiz de tudo na vida. Passei por eletrificação rural, distribuição de energia elétrica, classificação de cargos e até seleção de pessoal", conta o coordenador, professor da disciplina Máquinas Elétricas.

O estudante Flávio dos Santos, 25 anos, do sétimo período, concorda que a diversidade de campos de atuação abre espaço para o formando. "O engenheiro daqui tem a capacidade de trabalhar em eletrônica, eletrotécnica e telecomunicações". Ele vê um ponto positivo para o racionamento de energia, no segundo semestre de 2001. "As pessoas não enxergavam relevância para a nossa profissão, mas esse quadro mudou radicalmente. A população tomou ciência de que, sem eletricidade, o Brasil pára".

O estudante Arthur do Carmo Mouco, 20 anos, reclama do pouco interesse do Estado pela pesquisa no setor energético, "Impressionante os nossos líderes políticos não perceberem a necessidade desse trabalho. No Brasil é difícil mexer com pesquisa. Como no exterior eles incentivam os profissionais locais, fica quase impossível um brasileiro ter isso como profissão".

A dificuldade de se estabelecer no campo da pesquisa não é a mesma encontrada para ingressar em empresas do setor elétrico. Esses profissionais são absorvidos nas concessionárias de serviços públicos de eletricidade, órgãos governamentais de planejamento, empresas de consultoria na área de projetos e fiscalização de unidades de geração, linhas de transmissão e distribuição ou na indústria de equipamentos e materiais elétricos.

Engenheiro de Furnas desde setembro de 2001, Alexandre de Sousa Rodrigues dos Reis, 24 anos e ex-aluno da graduação da UFF, qualifica o curso como o melhor e mais difícil do Rio de Janeiro. "Todos da minha turma que correram atrás conseguiram emprego. Nem sempre é o emprego dos sonhos, mas também não dá pra reclamar.

Mesmo sem se encontrar no nível ideal, os laboratórios representam um espaço fundamental para a apreensão do conhecimento. "O curso é muito teórico e abstrato. Precisamos dos laboratórios, para que os alunos possam ver tudo aquilo que ouviram em sala", explica Perecmanis.

Formado em julho de 2001, Marcelo Cruz Lopes, 25 anos, engenheiro da Operadora Nacional de Sistemas Elétricos, enfatiza o compromisso que o estudante deve assumir com sua formação. "Ao entrar na faculdade, o jovem passa por uma transição e começa a ver suas responsabilidades aumentarem. Temos que superar os obstáculos com nosso próprio esforço".

Texto integrante da Revista Acesso UFF
(parte integrante do Kit Vestibular UFF 2003)

OBJETIVOS DO CURSO

O Curso de Engenharia Elétrica visa a formar profissionais com o seguinte perfil: formação geral adequada para atuar em qualquer segmento do seu mercado de trabalho; forte base científica que o ajude a absorver inovações tecnológicas; capacidade inovadora, criativa, crítica, de liderança e de iniciativa; consciência da importância social de sua atuação profissional; sensibilidade e atenção à questão social e ambiental; capacidade plena para prosseguir estudos em nível de pós-graduação e consciência da importância de uma educação profissional continuada.

Atualmente, o curso está estruturado com 65 disciplinas obrigatórias das quais 25 são do Ciclo Básico comum a todos os Cursos de Engenharia da Universidade, com exceção de Engenharia Química, e o restante do Ciclo Profissional. A integralização do curso requer, ainda, 3 disciplinas optativas e 1 disciplina eletiva.

TITULAÇÃO
Engenheiro Eletricista
DURAÇÃO
Mínima de 8 e máxima de 18 semestres

O QUE FAZ O PROFISSIONAL

A Energia Elétrica é, atualmente, insumo básico da vida cotidiana. Desta forma, a atuação do Engenheiro Eletricista permeia quase todas as atividades tecnológicas aplicadas a sistemas industriais, prestação de serviços, pesquisa e ensino.

O Engenheiro Eletricista deve estar habilitado a atuar no planejamento e operação dos sistemas elétricos, bem como no projeto de equipamentos e instalações elétricas industriais, comerciais e/ou residenciais.

ONDE ATUA

O profissional está habilitado a atuar nas concessionárias e órgãos coordenadores de energia elétrica, responsáveis pela produção, transmissão e/ou distribuição de energia elétrica a seus consumidores, bem como em indústrias, empreiteiras, consultoras e outros prestadores de serviço, no projeto, supervisão, operação e manutenção dos sistemas e equipamentos elétricos.

ONDE SE LOCALIZA A COORDENAÇÃO DE CURSO

Escola de Engenharia
Rua Passo da Pátria, 156 – São Domingos – 24210-240 – Niterói – RJ
Tel.: (21) 2620-7070 ramal 209 –
tge@vm.uff.br
http://www.engenharia.uff.br

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