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2ª |
GRUPOS E/F/G - PROVA DE LPLB |
1a Questão: (2,0 pontos)
Toda noite dá vontade de dizer: Esse é o verdadeiro Brasil. Mas talvez seja mesmo ocioso procurar o país numa só pessoa e num só lugar. Ele é esse e aquele, não esse ou aquele. O que tem de melhor é a variedade. Ele é especial por ser diverso, é singular porque plural. |
VENTURA, Zuenir. Jornal do Brasil, Caderno B, 27/06/98. p. 10. |
Leia o fragmento de Mário de Andrade:Fale fala brasileira
Que você enxerga bonito
Tanta luz nessa capoeira
tal e qual numa gupiara.
Misturo tudo num saco,
Mas gaúcho maranhense
Que pára no Mato Grosso,
Bate este angu de caroço
Ver sopa de caruru
ANDRADE, Mário de. Poesias completas. São Paulo: Martins, 1955. p. 333-4.
vocabulário
capoeira - Terreno em que o mato foi roçado e/ou queimado para cultivo da terra ou
para outro fim.
gupiara - Depósito sedimentoso diamantífero nas cristas dos morros; gorgulho.
ver Como.
caruru - Planta cujas folhas, verdes, são saborosas e nutritivas, e por isso muito
usadas na culinária.
Resposta:
O Brasil é especial por ser resultado de uma variedade cultural que engloba aspectos diversos, entrelaçando nosso povo de norte a sul.
2a Questão: (2,0 pontos)Em português, a relação de causalidade pode ser expressa pela conexão de duas orações em que uma apresenta a causa que acarreta a conseqüência contida na outra. Esta relação pode ser explicitada através de diversas formas estruturais.
Transcreva do trecho abaixo a frase que apresenta uma relação de causalidade, expressa por duas formas estruturais diferentes.
Toda noite dá vontade de dizer: Esse é o verdadeiro Brasil. Mas talvez seja mesmo ocioso procurar o país numa só pessoa e num só lugar. Ele é esse e aquele, não esse ou aquele. O que tem de melhor é a variedade. Ele é especial por ser diverso, é singular porque plural. |
VENTURA, Zuenir. Jornal do Brasil, Caderno B, 27/6/98. p.10. |
No trecho abaixo, há relações de
comparação que estão lingüisticamente marcadas por formas diferentes. Transcreva os
termos correspondentes de apenas uma destas relações de comparação.
A língua é a nacionalidade do pensamento como a pátria é a nacionalidade do povo. Da mesma forma que instituições justas e racionais revelam um povo grande e livre, uma língua pura, nobre e rica anuncia a raça inteligente e ilustrada. |
ALENCAR, José de.
Pós-Escrito. Diva. Rio de Janeiro, Aguilar, 1965, |
4a Questão: (2,0 pontos) Houve vários modernismos, enfeixados sob a mesma denominação geral e digladiando-se em escolas e manifestos. Houve o modernismo oswaldiano, condensado na teoria antropofágica, mas houve um modernismo folclórico, um modernismo social e nacionalista e um modernismo por assim dizer coloquial, que visava a depor - e conseguiu - o beletrismo da literaturaO candidato deverá transcrever apenas uma das possibilidades abaixo:
a) língua nacionalidade do pensamento
b) pátria nacionalidade do povo
c) língua nacionalidade do pensamento / pátria nacionalidade do povo
d) instituições justas e racionais língua pura, nobre e rica
e) língua nacionalidade do pensamento / pátria nacionalidade do povo // instituições justas e racionais língua pura, nobre e rica
Folha de S.Paulo, Caderno MAIS ! , 28/06/98. p. 6-7.
Diga a que tipo de modernismo ("folclórico", "social" ou " nacionalista") se filia o texto abaixo...................................................................................................................................
Nesta hora de sol puro eu ouço o Brasil.
Todas as tuas conversas, pátria morena, correm pelo ar...
a conversa dos fazendeiros nos cafezais,
a conversa dos mineiros nas galerias de ouro,
a conversa dos operários nos fornos de aço
a conversa dos garimpeiros, peneirando as bateias,
a conversa dos coronéis nas varandas das roças...
Mas o que eu ouço, antes de tudo, nesta hora de sol puro
palmas paradas
pedras polidas
claridades
brilhos
faíscas
cintilações
é o canto dos teus berços, Brasil, de todos esses teus
berços, onde dorme, com a boca escorrendo leite, mo-
reno, confiante, o homem de amanhã!
CARVALHO, Ronald de. Toda a América. Rio de
Janeiro:
Pimenta de Melo & Cia., 1926.
Nacionalista
O texto ao descrever os tipos de brasileiros
ressalta, em suas múltiplas atividades, a força do país. Exalta, ainda, a beleza da
paisagem e a formação étnica do Brasil, como fatores de confiança no brasileiro do
futuro.
I- A língua é a nacionalidade do pensamento como a pátria é a nacionalidade do povo. Da mesma forma que instituições justas e racionais revelam um povo grande e livre, uma língua pura, nobre e rica, anuncia a raça inteligente e ilustrada.
ALENCAR, José de. Pós-Escrito. Diva. Rio de
Janeiro, Aguilar, 1965,
V. I, p. 399,400, 01.
II- LÍNGUA É VIDA. Faz parte de toda a gama de nossos comportamentos sociais, como comer, morar, vestir-se , etc. Não é uma realidade à parte, algo que se esquece tão logo se saia da sala de aula, das provas, dos concursos.
LUFT, Celso Pedro. Língua & liberdade. Porto Alegre: L&PM, 1985. p.74.
III- O Movimento de 1922 não nos deu - nem nos podia dar- uma língua brasileira, ele incitou os nossos escritores a concederem primazia absoluta aos temas essencialmente brasileiros [...] e a preferirem sempre palavras e construções vivas do português do Brasil a outras, mortas e frias, armazenadas nos dicionários e nos compêndios gramaticais.
Resposta:CUNHA, Celso. Língua portuguesa e realidade brasileira.
Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1970.
Língua e nacionalidade são inseparáveis na construção da identidade de uma nação. A língua constitui nossa visão de mundo, influencia nossos comportamentos, refletindo a cultura do povo.