SERVIÇO SOCIAL (CAMPOS DOS GOYTACAZES/BOM JESUS DO ITABAPOANA)

Fundado há 40 anos, um dos cursos mais antigos no interior é o de Serviço Social em Campos dos Goytacazes, a 263 quilômetros de Niterói. Contando com 450 alunos, o Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional abre 100 vagas por ano no vestibular - 50 a cada semestre - e coordena outro curso de Serviço Social, em Bom Jesus do Itabapoana, a 123 quilômetros de Campos.

A coordenadora Cláudia Mara Barbosa diz que o mercado de atuação dos assistentes sociais vem sofrendo mudanças nos últimos anos no norte fluminense. Se antes os maiores empregadores eram as usinas de açúcar, hoje com o declínio da atividade, o setor público é o que mais oferece vagas. "A maior parte de nossos alunos tem trabalhado na área de saúde, na triagem e acompanhamento dos pacientes, além de prestar assistência às famílias", conta Cláudia Barbosa. Hemocentros, clínicas médicas, pronto socorros e clínicas de pediatrias também abrem espaço para o assistente social.

A origem dos estudantes varia bastante. Além de Campos eles vêm de cidades vizinhas, como Cardoso Moreira, Italva, São Fidélis, São João da Barra e até mesmo de municípios do Espírito Santo. Depois de formados, muitos voltam para suas cidades, o que torna a faculdade de Serviço Social um centro formador de profissionais para toda a região. "Com o surgimento de novos municípios, como Rio das Ostras, Búzios, Carapebus e Quissamã, nossos ex-alunos fazem concurso público e vão trabalhar nesses lugares", explica a coordenadora, formada pela UFF em 1990.

A duração média do curso é de nove períodos letivos, sendo o último dedicado à elaboração de uma monografia, que tanto pode ser um trabalho científico quanto um relato da experiência de estágio. A partir do quinto período, os alunos começam a estagiar, podendo escolher entre diversas temáticas de atuação, como Gestão de Recursos Humanos, Saúde, Terceira Idade e Movimentos Sociais, entre outras. O Instituto mantém convênio para estágio com empresas como a Petrobrás _ que tem no litoral de Campos uma de suas maiores bases de produção de petróleo e gás _ e o Hospital Ferreira Machado, centro de referência para todo o norte fluminense.

Se para aqueles que se formam em Niterói, trabalhar em sindicatos, ONGs e movimentos socais é um mercado considerável, o mesmo não acontece em Campos. "Não vou dizer que é impossível trabalhar nestas áreas aqui, mas é muito difícil, pois elas ainda são bastante incipientes", comenta a professora Cláudia. "Contudo, há outros setores que necessitam dos serviços do assistente. Um deles é a população que vive às margens do rio Paraíba do Sul. Com a crise das lavouras de açúcar, muitos camponeses migraram para a cidade e, sem perspectivas, criaram verdadeiras favelas à beira do rio. O assistente pode então formular e gerir políticas públicas para essas populações".

A preocupação com as políticas públicas revela o compromisso do assistente social com a superação das desigualdades sociais. O curso de Campos se orienta pela necessidade da conscientização social do estudante, para que no seu dia-a-dia profissional as injustiças sejam superadas.

Texto integrante da Revista Acesso UFF (parte integrante do Kit Vestibular UFF 2003)

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