ATENÇÃO
· Ao
desenvolver o tema é indispensável:
· seguir,
atentamente, as instruções sem fugir ao tema;
· escrever com letra
legível ;
· produzir um texto
dissertativo com, no mínimo, 20 e, no máximo, 25 linhas.
· A
redação vale dez pontos. |
A - Leia os fragmentos a seguir como material de
reflexão para seu próprio texto.
TEXTO I
Na virada para o
século 21, a liberdade foi conquistada. Como então
"explicar que entre os louros da vitória não esteja a
capacidade humana de imaginar um mundo melhor e de fazer algo para
concretizá-lo ? E que liberdade é essa que desestimula a
imaginação e tolera a impotência das pessoas livres em
questões que dizem respeito a todos?"
A questão é
levantada pelo sociólogo polonês, radicado na Inglaterra,
Zygmunt Bauman, que vem refletindo sobre esses paradoxos no
conjunto de seus livros, publicados nos últimos anos no
Brasil.(...) Para ele, o aumento da liberdade individual pode
perfeitamente coincidir com o aumento da impotência coletiva,
conforme as pontes entre a vida pública e a vida privada são
destruídas. A "individualidade privatizada" significa,
para ele, essencialmente uma "antiliberdade", com os
indivíduos sendo transformados em consumidores e a política
substituída pelo mercado, onde nem sequer conta a igualdade
jurídica, mas a disparidade no poder do dinheiro. É o domínio
do que Bauman chama de "economia política da
incerteza", um conjunto de regras "para pôr fim a todas
as regras" e assim assegurar o triunfo do mais forte. Não
por acaso o centro das reflexões de Bauman se dirige para a busca
da política, como o título do seu livro menciona.
Se os problemas
pessoais não se traduzem em causas comuns, de que forma pode-se
reconstituir os consensos sociais, os sujeitos coletivos –
enfim, a vida pública e a política?
Jornal do Brasil, Caderno IDÉIAS, Rio de
Janeiro, 15/07/2000, p. 1
(O livro de Zygmunt Bauman comentado intitula-se Em busca da
política.) |
TEXTO II
O mundo fica mais
perto de cada qual, não importa onde esteja. Criam-se, para
todos, a certeza e a consciência de ser mundo e de estar no
mundo, mesmo se ainda não o alcançamos em plenitude material ou
intelectual. O próprio mundo se instala nos lugares, sobretudo
nas grandes cidades, pela presença maciça de uma humanidade
misturada, vinda de todos os quadrantes e trazendo consigo
interpretações variadas e múltiplas que ao mesmo tempo se
chocam e colaboram na produção renovada do entendimento e da
crítica da existência. Assim, o cotidiano de cada qual se
enriquece, pela experiência própria e pela do vizinho, tanto
pelas realizações atuais como pelas perspectivas de futuro.
As ricas
dialéticas da vida nos lugares criam, paralelamente, o caldo de
cultura necessário à proposição e o exercício de uma nova
política.
Ousamos, desse
modo, pensar que a história do homem sobre a Terra dispõe afinal
das condições objetivas, materiais e intelectuais, para superar
o endeusamento do dinheiro e dos objetos técnicos e enfrentar o
começo de uma nova trajetória.
....................................................................................................................................
As condições
materiais já estão dadas para que se imponha a desejada grande
mutação, mas o seu destino vai depender de como serão
aproveitadas pela política. O que, talvez, seja irreversível
são as técnicas, porque elas aderem ao território e ao
cotidiano. Mas a globalização atual não é irreversível. Agora
que estamos descobrindo o sentido de nossa presença no planeta,
pode-se dizer que uma história universal verdadeiramente humana,
finalmente, está começando.
SANTOS Milton O recomeço da história.
In: Folha de S. Paulo, Caderno MAIS!, São Paulo, 09/01/2000, p.
10
|
TEXTO III
É verdade, as
utopias incentivaram, muitas vezes, a crueldade e a destruição.
Mas também a vida e a criatividade, como mostram os ideais
republicanos ou democráticos modernos. Não somos obrigados a
canonizar utopias passadas, pois, nesse caso, deixaríamos de
pensar de modo utópico. Utopia, na versão deflacionada e
não-messiânica que defendo, é a habilidade que temos de
imaginar modos de vida inéditos e melhores que os atuais. Se
admitimos essa idéia, podemos, perfeitamente, tentar conceber
mundos e fazer desse projeto algo que podemos aperfeiçoar ou
abandonar se surgirem outros mais satisfatórios.
COSTA Jurandir Freire. Folha de S. Paulo, Caderno
MAIS!, São Paulo, 23/04/2000, p.21
|
TEXTO IV

|
LAN Jornal
do Brasil, Revista de Domingo, n°
1246, Rio de Janeiro, 19/03/2000, p.42 |
|
B - Desenvolva, na sua dissertação, o tema proposto
a seguir, observando que os textos selecionados servem
apenas como subsídios para você desenvolver o tema, usando sua
criatividade e sua própria expressão verbal.
TEMA: Uma
sociedade que esquece a arte de questionar pode esperar encontrar
soluções para seus problemas? |